São Nicolau de Flue nasceu na Suíça, em 1417, ano em que chegou ao fim o grande cisma do Ocidente, e Martinho V foi eleito papa. Ele trabalhou inicialmente na agricultura, e seus biógrafos o descrevem como um “jovem casto, bom, virtuoso, piedoso e sincero”.
Apesar de demonstrar inclinação para o estilo de vida dos eremitas, em 1445 se casou com Dorotéia Wyss e, com ela, teve cinco filhos e cinco filhas. Homem de fé, consagrava longas horas de seu dia à oração, como testemunham sua esposa e uma filha. Mas o desejo de viver o estilo de vida dos eremitas nunca o abandonou. Ele entrou em contato com um movimento religioso na Alsácia, intitulado Amigos de Deus, mas a oposição da esposa fê-lo retardar a concretização de seu sonho.
Só depois que completou 50 anos, em junho de 1467, e contando com o apoio da heroica esposa, ele partiu para a Alsácia. A sua vida santa e o seu rigoroso jejum logo chamaram a atenção dos vizinhos, e existem provas históricas e testemunhos incontestáveis de que ele passou cerca de 20 anos, alimentando-se unicamente com a eucaristia.
Da Alsácia ele foi para Ranft, um barranco solitário do qual só saía para a missa. Retirar-se do mundo, contudo, não marcou sua retirada da vida e dos problemas do seu país. Notável pacificador, quando em 1473 a pátria precisou dele diante da ameaça austríaca, e em 1481 e 1482, quando esteve para estourar a guerra civil, Nicolau se fez presente, apaziguando os ânimos, costurando alianças e construindo a paz.
Em 1481, quando a Confederação que ele havia ajudado a fundar, esteve para ser extinta pela Assembléia, novamente Nicolau foi chamado a intervir. Procurado pelo emissário encarregado de homologar a ruptura, ele passou a noite redigindo um projeto de constituição que, no dia seguinte, foi aprovado por unanimidade pela mesma Assembléia, restabelecendo para sempre a unidade e a paz na Suíça. Por causa de seu trabalho, ele é considerado pelos suíços o Fundador da Confederação, o Salvador e Pai da Pátria. Morreu no dia 21 de março de 1487, em Ranft, onde viveu por cerca de 20 anos. Foi canonizado em 1947 por Pio XII.
No mundo de hoje onde nem sempre as pessoas conseguem conciliar oração e ação, fé e vida, São Nicolau de Flue, um gigante na oração e um homem de vida pública séria e comprometida, nos prova com sua vida que a verdadeira oração e comunhão com Deus possui um insuperável dinamismo e que nenhuma situação humana resiste ao poder da oração.
São Nicolau de Flue,rogai por nós!
Texto: paroquiadesaopedro
Vídeo: Betinho de Assis
Este primeiro volume tem o fascínio de debruçar-se sobre os primórdios do cristianismo, quando quase se sente ainda o alento da presença física do Mestre. Observamos a constituição da Igreja, os seus ímpetos iniciais e os dilemas que teve de resolver desde a primeira hora, o seu assombroso crescimento e desenvolvimento sob a ação do Espírito vivificador. Uma terceira raça, que se desprenderia do judaísmo e se oporia ao paganismo, insere-se agora nos rumos da História, não sem embates dolorosos que se estendem, sangrentos, até o advento de Constantino. Ao longo dos primeiros quatro séculos, o período abrangido por este volume, vamos acompanhando a ação dos Apóstolos, principalmente dessas colunas da Igreja que foram São Pedro e São Paulo; a gesta de sangue dos mártires; o perfil dos grandes santos e dos primeiros forjadores das letras e das artes cristãs; o desenrolar do culto, da liturgia da Missa e da piedade; a formação dos quadros – sempre dentro do marco de uma sociedade que vemos desagregar-se numa lenta agonia, numa exaustão que talvez se esteja repetindo nos tempos atuais, mas que, também como hoje, se abre em última análise à esperança da ´revolução da Cruz´. É todo um processo de revezamento, a que não faltam as sombras d os conflitos internos e o claro-escuro dos erros que se prenunciam.