A memória da dedicação das Basílicas dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo é uma oportunidade para se refletir sobre a figura e a obra dos Príncipes dos Apóstolos e também sobre o culto excepcional a eles tributado através dos séculos. São Pedro e São Paulo, tentaram fazer um pequeno balanço de tudo o que o Senhor havia operado por meio deles. Escrevendo “aos que haviam recebido o mesmo destino com a mesma fé preciosa pela misericórdia de Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” entre outras coisas Pedro declara:
“Eu acho certo enquanto estiver nesta tenda do corpo, mantê-los atentos com minhas exortações, sabendo que logo deverei deixar esta tenda, como o Senhor me deu a entender, o Nosso Senhor Jesus Cristo. Procurarei que também após a minha partida vocês se lembrem destas coisas. Com efeito, não foi seguindo fábulas sutis, mas por termos sido testemunhas oculares da sua majestade, que lhes demos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo… Esta voz, nós a ouvimos quando lhe foi dirigida do céu, ao estarmos com ele no monte santo” (2Pd 1,13-18).
Por sua vez São Paulo confiava a “seu verdadeiro filho na fé”, São Timóteo:
“Sou agradecido para com aquele que me deu força, Cristo Jesus, Nosso Senhor, que me julgou fiel, tomando-me para seu serviço… Superabundou, porém, para mim, a graça de nosso Senhor, com a fé e com o amor que há em Cristo Jesus… Se por esta razão me foi feita misericórdia, foi para que em mim, por primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a sua longanimidade, como exemplo para quantos nele hão de crer, para a vida eterna” (1Tm 1,12-16).
No ano de 323, o imperador Constantino mandou construir a Basílica de São Pedro sobre o túmulo do apóstolo que morreu crucificado de cabeça para baixo. A atual Basílica de São Pedro demorou 170 anos para ser construída. Começou com o Papa Nicolás V em 1454 e foi terminada pelo Papa Urbano VIII, que a consagrou no dia 18 de novembro de 1626. Data que coincide com a consagração da antiga Basílica.
O templo se tornou o maior e mais importante do catolicismo. A Basílica de São Pedro mede 212 metros de comprimento, 140 de largura e 133 metros de altura na sua cúpula. Não há nenhum templo no mundo que tenha tamanha extensão.
Ao contrário do que alguns consideram, a Basílica de São Pedro não é uma Catedral, pois não é sede de um Bispo. A Catedral de Roma fica na Basílica de São João de Latrão. Mas, com uma localização privilegiada em Roma e por suas dimensões, a Basílica de São Pedro acolhe as principais celebrações com o Pontífice.
Depois da Basílica dedicada ao primeiro Papa, a de São Paulo Extramuros é o maior templo de Roma. Surgiu também por vontade de Constantino. Em 1823 foi atingida por um incêndio e ficou quase completamente destruída. Foi o Papa Leão XIII quem deu início à sua reconstrução e, em 10 de dezembro de 1854, ela foi consagrada pelo Papa Pio IX.
Seu nome é uma referência à localização do edifício, do lado de fora da Muralha Aureliana, que protegia Roma na época em que foi construída. Embora esteja fora do Vaticano, é uma das propriedades extraterritoriais da Santa Sé. Nesta Basílica, sob as janelas da nave central e das naves laterais, em mosaico, encontram-se os retratos de todos os Papas desde São Pedro até o atual, o Papa Francisco.
Mais que celebrar a finalização do edifício material, oferece ocasião para refletir sobre a figura e obras destes 2 grandes apóstolos Pedro e Paulo, homens de extrema fé que com sua grande obra evangelizadora deram o supremo testemunho a Cristo com o derramamento do próprio sangue.
São Pedro e São Paulo, rogai por nós!
Adaptação / Texto: Ed.Cléofas, Acidigital
Vídeo: Padre Guido Mottinelli
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Este primeiro volume tem o fascínio de debruçar-se sobre os primórdios do cristianismo, quando quase se sente ainda o alento da presença física do Mestre. Observamos a constituição da Igreja, os seus ímpetos iniciais e os dilemas que teve de resolver desde a primeira hora, o seu assombroso crescimento e desenvolvimento sob a ação do Espírito vivificador. Uma terceira raça, que se desprenderia do judaísmo e se oporia ao paganismo, insere-se agora nos rumos da História, não sem embates dolorosos que se estendem, sangrentos, até o advento de Constantino. Ao longo dos primeiros quatro séculos, o período abrangido por este volume, vamos acompanhando a ação dos Apóstolos, principalmente dessas colunas da Igreja que foram São Pedro e São Paulo; a gesta de sangue dos mártires; o perfil dos grandes santos e dos primeiros forjadores das letras e das artes cristãs; o desenrolar do culto, da liturgia da Missa e da piedade; a formação dos quadros – sempre dentro do marco de uma sociedade que vemos desagregar-se numa lenta agonia, numa exaustão que talvez se esteja repetindo nos tempos atuais, mas que, também como hoje, se abre em última análise à esperança da ‘Revolução da Cruz’.