Guardar o olhar para proteger a alma

Aquilo que os olhos vêem, imprime na alma uma marca profunda. Nela, no arquivo das lembranças, ficará conservada a imagem do que foi visto, pronta a retornar quando menos se espera.

Os olhos revelam-nos a maravilha do mundo e também sua imundície. Uma e outra penetram de certo modo no espírito e o condicionam sempre. Segundo as disposições pessoais, influem mais ou menos, num ou noutro sentido. Um único olhar pode perder uma alma ou salvá-la.

Para conservar junto com a alma, um olhar límpido que permita ver a realidade com pureza (o que equivale a manter o espírito incontaminado), deve-se o mais possível, selecionar os objetos da nossa visão. O nosso olhar vale muito para que deixemos vaguear à toa, maculando-se no primeiro objeto que encontre. Se bem que às vezes seja impossível “não ver”, sempre é possível “não olhar”. Guardar o olhar equivale a enriquecer a alma: para nós mesmos, para o nosso próximo e – o que é mais importante – para Deus. Não é tarefa simples neste mundo, que não respeita nem dá valor à intimidade pessoal.

O nosso olhar está submetido a bombardeios constantes e pertinazes. Inúmeras imagens, capazes de embrutecer a alma, projetam-se diante dos nossos olhos sem nenhum aviso, desvendando-nos paisagens inesperadas. Impõe-se, pois, de forma tirânica, um estado constante de vigilância. A maré de pornografia mostra-se ascendente, implacável, devora o que encontra de límpido, de honesto e puro pela frente, a menos que se esteja permanentemente alerta.

As almas podem ser contaminadas impunemente pelas imagens que chegam aos nossos olhos. O mundo tem que redescobrir o valor do senso de pudor e de modéstia. São virtudes que todos devemos possuir e que se revelam de particular importância para a mulher. Sem elas, a dignidade feminina acaba por desabar.

O pudor é uma defesa natural contra possíveis olhares impudicos e furtivos que tentam transformar o corpo humano em instrumento de satisfações egoístas, destruindo a pureza do corpo e da alma. Permite o respeito pelo próprio corpo e ao ser humano – à mulher e ao homem – ser integralmente humano; quando está ausente, degrada-se não somente a sexualidade, mas todo o conjunto de valores em que a pessoa se apóia.

Fonte: O Pudor, edt Quadrante págs 5 a 9.
Vídeo: Padre Paulo Ricardo

imagem Studiostoks/Shutterstock


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O tema do pudor é, mais do que nunca, um tema urgente. Salvaguarda da intimidade pessoal e fonte do respeito pelo próprio corpo, esta virtude permite ao ser humano – à mulher e ao homem – ser integralmente humano; quando está ausente, degrada-se não somente a sexualidade, mas todo o conjunto de valores em que a pessoa se apóia. E por isso o pudor reveste-se, também para a vida social, da discreta eficácia dos alicerces.


 

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